"Não é paranoia se está realmente acontecendo"
Anna Fox sofre com agorafobia. Ela não sai de casa já tem alguns meses e para se manter entretida, ela joga xadrez e aprende francês online, mas, seu hobby preferido mesmo é espiar a vida dos vizinhos pela janela e beber um bom vinho, ignorando o fato de que ela não deveria misturar álcool com os remédios pesadíssimos que ela toma.
Esse é o cenário que coloca em xeque a credibilidade da personagem. Por um lado, Anna é uma mulher inteligente, trabalhou como psicóloga antes de começar a ter os ataques de pânico. Ela mantém a mente ativa estudando e trabalhando a parte lógica do cérebro, mas quem pode garantir que a mistura do álcool com os remédios e o tédio que ela enfrenta em seus dias, não a fazem fantasiar ou até mesmo alucinar?
Não há nada que aconteça na rua que Anna não saiba, portanto, quando os novos vizinhos se mudam para a casa do outro lado da rua, ela logo faz uma boa pesquisa sobre os moradores. Uma família aparentemente respeitada e de boa moral. Um casal e seu filho adolescente.
Em uma de suas espionagens, Anna testemunha um assassinato na casa desses novos vizinhos, mas como ela vai conseguir que acreditem nela quando sua credibilidade é tão frágil e ainda por cima, a pessoa que ela reportou como vítima está viva? Para piorar, ela passa a acreditar que alguém anda invadindo sua casa e mexendo em suas coisas, o que não a ajuda em nada a fazer a polícia acreditar nela.
E agora? Será que ela conseguirá provas de que não está sendo paranoica?
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A Mulher na Janela é um livro tão bem escrito que mesmo quando Anna descreve seus dias mais tediosos, me manteve interessada o tempo todo.
O transtorno da agorafobia da personagem causa bastante tensão, já que é algo que impede a personagem de tomar atitudes nas situações de urgência. Você pode pensar que isso causa irritação, mas no caso desse livro não tive essa sensação, já que não é o caso da mocinha que não toma atitude por teimosia ou por ser mimada, mas porque ela tem que enfrentar um transtorno mental.
Já li algumas resenhas que dizem que Anna é uma mulher fraca, mas eu achei totalmente o contrário. A agorafobia é algo que paralisa uma pessoa, causa falta de ar, náuseas e tontura, além de aumentar o batimento cardíaco. Anna tenta enfrentar seu medo para prestar auxílio à vítima quando ela vê a vítima sendo esfaqueada, onde isso é fraqueza?
Embora a credibilidade da Anna seja frágil, você fica em cima do muro na hora de decidir em quê acreditar e os momentos em que ela percebe que alguém anda entrando na casa causam bastante tensão, como todo bom thriller psicológico.
A Mulher na Janela é um dos melhores livros de suspense já escritos e vai virar filme, que será estrelado por Amy Adams e tem previsão de estréia para o fim deste ano! Mal posso esperar!
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