domingo, 27 de dezembro de 2020

Livro é Melhor Que Filme?


Ultimamente muitas livrarias e editoras tem feito posts nas redes sociais instigando sobre livro ser melhor que filme. Eu fiquei extremamente irritada depois de ver a última publicação, até fiz um comentário meio revolts rsrsrs. Hoje eu decidi vir aqui no blog e fazer uma reflexão sobre o assunto.

Engraçado que quando a gente ouve a notícia de que vai ter um filme ou série sobre um livro que a gente gosta ficamos animadíssimos né? Então, se filme fosse tão ruim assim, nem iríamos assistir e já reclamaríamos quando ficamos sabendo da notícia...

Filme e livro são mídias diferentes

Não dá para realmente comparar uma coisa com a outra porque as mídias são totalmente diferentes. Quando lemos um livro, somos forçados a imaginar as cenas, por mais que o autor descreva em minúcia um cenário ou personagem, a gente joga ali alguns elementos da nossa própria imaginação. Acredito que é por isso que ler um livro de terror dá mais medo do que ver o filme, pois você tem seu próprio arquivo do que dá medo na mente, que para você será mais assustador do que o que o roteirista e os produtores do filme imaginaram.

Eu não gostei tanto do filme Caixa de Pássaros, e olha que foi um filme bem fiel ao livro. Eles tiveram que adaptar algumas coisas, mas eu achei que o livro foi bem mais tenso, fiquei com medo de verdade em várias partes, mas o filme achei super blazé, só gostei de algumas mudanças e ainda acho que eles deveriam ter mudado mais coisas para que quem leu se surpreendesse mais.

Quem fez a adaptação do livro Um Simples Favor para o cinema foi um verdadeiro gênio. Acredito que esse é o melhor exemplo para o que estou tentando dizer. No livro, a personagem escrevia em um blog, imaginem isso num filme? Seria legal ficar vendo a personagem sentada numa escrivaninha digitando no computador? Só se o que ela estivesse escrevendo não fosse importante para a narrativa, mas como o conteúdo do blog dela era importante para o desenrolar da história, no cinema preferiram transformar o blog em um vlog, assim ficou mais dinâmico, com mais movimento. Outra coisa legal que fizeram no filme, foi pegar somente os elementos básicos do livro, mas mudaram muitas coisas, então, quem já tinha lido o livro, ficou muito surpreso vendo o filme e eu achei isso genial.

Um Simples Favor Filme
Eu acho que o que determina a qualidade do filme é o seu próprio storytelling, o jeito que ele te faz sentir, se te prendeu, se te divertiu e não se ele é uma cópia do livro. Eu amei tanto o livro quanto o filme de Um Simples Favor, mas em relação à Senhor dos Anéis, eu já prefiro os filmes, os livros ficam muito enfadonhos com tantas descrições, eu não aguentava os capítulos do Frodo andando, achei essas cenas bem mais dinâmicas e interessantes na tela do cinema.


Filmes são apenas baseados nos livros

Filmes não são cópias dos livros, são adaptações, pra que você veria o filme se já sabe tudo que vai acontecer? Nunca esqueço quando fui ao cinema para ver O Código DaVinci. Quando acabou uma menina ficou falando "Aiai não foi isso que aconteceu no livro", eu não tinha lido e gostei do filme, e ela ficou lá toda revoltada com as diferenças, mas o filme em si é ruim só porque mudou algumas coisas da obra original?

Como Eu Era Antes de Você soube enxugar bem o livro, tirando elementos desnecessários para o desenrolar da história principal. Achei isso muito bom, mas eu achei que faltou mostrar mais as dificuldades do Will para que tivéssemos mais empatia com a decisão dele, poderia ter sido um filme mais emocionante como foi o livro, mas não é um filme ruim, só ficou mais água com açúcar.

Depois de fazer essa reflexão, deixo um questionamento, será que temos mania de falar que livro é melhor pois livro tem uma fama mais intelectual?

Deixe aí nos comentários qual a sua opinião sobre o assunto! Tem algum filme que você gostou mais do que o livro? Espero você no próximo post!

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Melancia: Resenha do Livro de Maryan Keys

Melancia, Livro de Marian Keyes

Eu diria que Melancia é mais um chick-lit do que um romance. O livro até que tem um começo interessante, mas sinceramente, não entendo porque ficou tão famoso.

Quando comecei a leitura, achei que ia amar o livro, que ele teria muitas páginas interessantes, mas não foi bem assim. Claire, a protagonista, acaba de ter uma filha, literalmente. A recém-nascida mal foi pro berçário quando o marido de Claire decide confessar que tem um caso com a vizinha e vai pedir o divórcio. Eu fiquei chocada com a cara de pau desse homem e me compadeci de Claire, que situação horrível de passar gente.

É claro que Claire acaba ficando depressiva, quem não fica triste com o fim de um casamento, ainda mais depois de imaginar que uma nova era de felicidade chegou para o casal com a chegada da filha e acabar sofrendo tamanha humilhação. O problema é que o livro fica muito chato de ler depois disso. A fluidez da narrativa se perde em trezentos detalhes, a história fica parada e repetitiva, eu acabei pulando vários capítulos seguidos e não fez falta nenhuma.

Acredito que os acontecimentos do livro foram bem como seria na vida real. Claire demora a ganhar de volta a confiança que tinha em si mesma, a reconstruir sua autoestima e vamos acompanhando esse processo ao longo da história, porém, achei que poderia ter tido mais fluidez na narrativa. Senti vontade de abandonar, mas queria entender porque era um livro tão famoso. Acabei lendo só alguns parágrafos que marcavam uma evolução na história, foi mais um livro que poderia ter só umas 150 páginas e acho que teria sido muito ainda.

É uma pena que o desenrolar do livro tenha sido tão chato, pois a história tem muitos pontos interessantes, como a insegurança do marido de Claire afetando a dinâmica da relação, como ela era uma mulher super segura de si e perdeu a autoconfiança, ela reconhecendo os fatos e reconstruindo a vida. Poderia ter sido um dos melhores livros que já li, mas a escrita beira o insuportável.

Se você tem curiosidade de ler Melancia mesmo assim, confira a oferta do livro no site da Amazon:


Melancia: Ficha técnica do Livro
Autor(a): Marian Keyes
Editora: Bertrand Brasil
Número de Páginas: 490
Gênero: Literatura Estrangeira
Ano de Publicação: 2003
ISBN-13 9788528609165
ISBN-10 8528609162

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Livros de Romance com Tema de Natal

livros com tema de Natal
Olá leitores! O Natal já está aí na esquina e nada melhor do que já entrar no clima com umas leituras gostosinhas e fofinhas com tema de Natal, não é mesmo? Eu escrevi esse post em 2020 mas vim atualizar a lista com alguns livrinhos novos de 2023, vamos lá?

Um Namorado de Natal

Um Namorado de Natal
Quem aí gosta de romances fofos envolvendo um namoro de mentira que salva a vida dos protagonistas? Um Namorado de Natal tem esse plot e ainda por cima se passa numa fazenda de árvores de Natal, tudo para proporcionar uma leitura gostosa de deixar o coração quentinho!!!

A Fazenda Lovelight é o lugar preferido de Stella, mas está passando por uma séria crise financeira e para salvá-la, Stella decide participar de um concurso cujo prêmio é de cem mil dólares! Além disso, ela se inscreve no concurso com uma pequena mentirinha: ela é dona da fazendo junto com seu namorado, para fazer com que o local pareça mais com um destino romântico, só que não tem namorado nenhum...até que seu melhor amigo aparece para fazer uma visitinha e acaba entrando na dança.

Parece uma história bem simples mas que proporciona momentos muito divertidos! O livro foi lançado em novembro de 2023 e também está disponível no Kindle Unlimited! Clique aqui no link e faça seu teste grátis de 30 dias do Kindle Unlimited, você poderá ler tanto Um Namorado de Natal, como Um Encontro com Holly, que eu vou falar daqui a pouco.

Agora, se você preferir o livro físico, clique no link abaixo e confira a oferta de Um Namorado de Natal no site da Amazon:




Casamento em Dezembro

Casamento em Dezembro

A família White tem uma tradição de jamais passar o Natal separados, haja o que houver, eles se reúnem para comemorar a data. Neste Natal, Rosie, a caçula, decide se casar com o namorado de poucos meses e marca a festa na véspera de Natal em um lindo resort em Aspen. Os pais da noiva chegam ao local com um grande segredo e precisam fazer de tudo para escondê-lo e não arruinar a festa da filha, mas a irmã mais velha de Rosie já chega querendo convencer a irmã a cancelar tudo pois acha que é loucura casar com tão pouco tempo de namoro, só que ela não contava que o melhor amigo - e padrinho - do noivo iria interferir...e em meio de tudo isso, Rosie, embora tenha certeza que ama seu noivo, começa a ter incertezas sobre o casamento, mas agora todo mundo já chegou...

Quantas confusões não é mesmo? Esse livro promete muitas emoções! Ficou com vontade de ler? Clique no link abaixo e aproveite a oferta do livro no site da Amazon:


Um Encontro com Holly


Este livro foi lançado em novembro de 2023 e já está disponível no Kindle Unlimited! Nele, acompanhamos a história de Holly, que tudo que quer é um namorado para levar para casa no Natal e mostrar a todos que deu a volta por cima; não importa se esse namorado é real ou fake, é só pra não ter que ficar ouvindo "coitadinha" em cada lugar que ela vai, já que no Natal passado, ela passou por um dos maiores traumas de sua vida.

Holly tem um vizinho, o Kai, a quem ela detesta porque ele é muito sincerão e falou várias verdades na cara da Holly, mas, vendo ela tentando achar um namorado nos aplicativos e sempre caindo de cara no chão, ele decide ajudá-la. Se você se interessou pela leitura, clique no link abaixo e garanta seu exemplar (livro físico):



Um Encontro com Holly também está disponível para ler de graça no Kindle Unlimited! Clique aqui no link e faça seu teste grátis de 30 dias do Kindle Unlimited e você poderá ler tanto Um Encontro com Holly quanto Um Namorado de Natal!

Três chances para o amor (Clube do livro dos homens – Livro 5)

Três Chances Para o Amor

Colton é apaixonado pela advogada de imigração Gretchen mas ele tem que superá-la depois de um encontro que não deu certo. Ela detesta o Natal porque a cultura de gastos excessivos para comemorar a data deixa seus clientes sem conseguir sequer pagar o aluguel, mas quando sua família lhe faz uma proposta irrecusável que a possibilitaria de ajudar seus clientes, ela tem que recorrer a Colton, que promete ajudá-la desde que ela aceite a ter três encontros com ele antes do Natal e agora ele tem que aproveitar essa oportunidade para tentar mostrar à ela que os dois combinam juntos.

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Um Dia em Dezembro, Josie Silver.

Um Dia em Dezembro

A história se passa em Londres. Na véspera de Natal, Laurie está indo de ônibus para casa quando este faz uma parada e ela vê pela janela um homem sentado em um banco lendo um livro. Seus olhares se encontram e Laurie está certa de que este é o homem da sua vida. Ela passa a procurar pelo homem em cafés, bares, restaurantes, certa de que eles estão destinados a se encontrar novamente. Um belo dia, Sarah, a melhor amiga de Laurie apresenta seu novo namorado, por quem ela está perdidamente apaixonada, e não é que é o cara do ônibus? Às vezes o destino gosta de brincar com os corações...



Um Amor de Inverno, Carrie Elks

Um Amor de Inverno

Este livro faz parte da série As Irmãs Shakespeare, mas poderia ser independente, já que cada livro fala de uma das irmãs, não é necessário ler os outros livros.

Kitty é estudante de cinema e consegue um emprego como babá do filho de um produtor famoso de Hollywood, afim de impressioná-lo e quem sabe conseguir ingressar na carreira. Ser babá não era bem o emprego que ela esperava conseguir, mas pelo menos tem bastante neve na cabana da família e Kitty adora crianças, ela só não esperava se apaixonar pelo irmão sexy do produtor, que decide passar um tempo na cabana para esquecer o ano que ele teve. O período de Natal é o clima perfeito para aquecer o coração desses dois e o dos leitores também!



Sete Dias Juntos, Francesca Hornak

Sete Dias Juntos

Sete Dias Juntos é mais um chick-lit que um romance. A família Birch irá se reunir para o Natal em uma mansão, depois de muitos anos. Eles terão de ficar de quarentena e, por sete dias, ninguém pode entrar ou sair de casa. Como eles não são lá muito unidos, não será a semana mais alegre para a família, especialmente quando cada um guarda um segredo. Será que a magia do Natal poderá unir a família novamente?

Sete Dias Juntos está disponível para ler de graça no Kindle Unlimited! Clique aqui e faça seu teste grátis do Kindle Unlimited por 30 dias, você poderá ler quase todos os livros dessa lista durante o teste!

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Em casa para o Natal, Cally Taylor

Em Casa para o Natal

Beth Prince está numa fase maravilhosa da vida: tem um emprego fabuloso, trabalha com o que ama e namora Aiden, o cara que ela pensa ser seu príncipe encantado. O que ela sonha agora é ouvir "eu te amo", três palavras que nenhum homem nunca falou para ela. Sonhando que Aiden realizará seu sonho, mas certa de que ele tem medo de dizer essas palavrinhas mágicas, ela procura manipular um pouco o destino. Em Casa para o Natal é uma comédia romântica com um cenário de filmes e clima de Natal que deixam a história ainda mais gostosa de ser lida.

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Anjos à Mesa, Debbie Macomber

Anjos à Mesa

Os anjos Shirley, Goodness, Mercy e Will decidem juntar um casal na véspera de ano novo. Com o empurrãozinho dos anjos, Lucy e Aren se esbarram no meio da multidão de uma festa, mas acabam se separando por conta dessa multidão. Um ano se passa e eles nunca se esqueceram, e nem os anjos, que darão um jeitinho de fazê-los se encontrar novamente e criar um verdadeiro milagre de Natal. Confira a oferta do livro Anjos à Mesa no link abaixo:



Espero que tenham gostado da lista! Até o próximo post e boa leitura!

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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

O Segredo de Rose Gold: Resenha do Livro de Suspense de Stephanie Wrobel

O Segredo de Rose Gold, livro de suspense de Stephanie Wrobel
Em O Segredo de Rose Gold, acompanhamos a história de uma mãe, Patty, uma mulher com Síndrome de Munchausen por procuração, e sua filha Rose Gold, que foi vítima de sua mãe por 18 anos.

Para quem não conhece, a Síndrome de Munchausen por procuração faz com que uma pessoa que zela por alguém, finja uma doença na pessoa que ela cuida, para obter a atenção e solidariedade da comunidade e dos médicos. Ela pode alterar laudos, e até causar os sintomas de uma doença nessa pessoa. Foi o que Patty fez com Rose Gold por 18 anos. Fez os médicos colocarem uma sonda gástrica na filha sem necessidade e chegou ao ponto de evenená-la, até que a própria filha descobriu e, com a ajuda de vizinhos, colocou a mãe atrás das grades.

Os capítulos se alternam entre mãe e filha, narrando em primeira pessoa. Rose Gold narra os eventos depois da prisão da mãe, que por sua vez, narra os eventos do presente, após sua soltura.


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O grande mistério do livro é o porquê de Rose Gold aceitar que sua mãe volte a morar com ela depois que sai da prisão; será que ela perdoou os crimes de Patty contra ela? O desenrolar da história te deixa com essa dúvida até o final, mostrando que, embora Rose Gold tenha herdado os traços manipuladores da mãe, tudo o que ela quer é a normalidade que ela nunca teve enquanto esteve sob o controle de Patty, quem Rose Gold sente que é a única pessoa que ela realmente tem no mundo.

A autora estudou bastante sobre a sindrome de Munchausen por procuração para poder escrever este livro e, embora ele não seja considerado baseado em fatos reais, as similaridades de Rose Gold com a Gipsy Rose Blanchard (saiba mais sobre o caso aqui) são muitas. O caso inspirou a série The Act, que é baseada no caso de Gipsy, mas além do fato de falar sobre a Síndrome de Munchausen por procuração, o livro e a série não estão ligados.

Embora fale deste tema pesado, o livro tem a escrita leve e a narrativa flui muito bem, sem se perder em detalhes desnecessários. Senti bastante pena de Rose Gold, além de sofrer todos os abusos da mãe por 18 anos, ainda tem dificuldades para se adaptar ao mundo e a maneira como foi criada acaba afetando sua personalidade e influindo em suas ações. Patty foi presa, mas Rose Gold ainda não estava completamente livre.

Se você se interessou pela leitura, confira a oferta do livro no site da Amazon:

O Segredo de Rose Gold: Ficha técnica do Livro
Autor(a): Stephanie Wrobel
Editora: Verus
Número de Páginas: 308
Gênero: Suspense e Mistério / Literatura Estrangeira / Ficcção
Ano de Publicação: 2020
ISBN-13 9788576868477
ISBN-10 8576868474


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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Você Realmente Queria Viver Nos Romances de Época?


Quem adora os livros da Jane Austen e romances de época pensa ou já pensou pelo menos uma vez que deveria ter sido legal viver naquela época. Os mocinhos, quando se apaixonam pela mocinha, não a traem nem em pensamento, são românticos, fofos e responsáveis. Os vestidos que as mocinhas usam são lindos, os salões de baile são magnifícos e as mansões, oponentes e espetaculares...mas será que realmente seria legal se voltássemos no tempo para vivermos no século XIX?

Por mais que os romances de época sejam de nos fazer suspirar mesmo, eu que não queria viver naquele século não e vou dizer os meus porquês:

Saneamento básico e higiene precária

Bem como aprendemos no livro Perdida, de Carina Rissi, não existiam os banheiros como conhecemos hoje, tão práticos né? É só dar descarga e pronto, mas, antigamente, tinha a "casinha", uma construção de madeira, fora da casa principal com um buraco apenas. Isso quando você tinha a privacidade da casinha né, provavelmente antes delas existirem, você tinha que ir pra tal da moita. E para se limpar então? No livro Perdida eles usam folhas de alface; o guia de um museu já me contou que eles usavam espiga de milho, acho que o céu é o limite na criatividade para solucionar esta questão.

Eu já fiz uma excursão por Minas Gerais, para conhecer o barroco brasileiro. Surgiu o assunto banheiro quando fomos na Museu Casa dos Contos (onde funcionava a Casa da Moeda da época) e bem no meio de onde os funcionários trabalhavam, tinha um banquinho com dois buracos um do lado do outro e ficamos muito chocados ao descobrirmos que era ali que os trabalhadores faziam suas necessidades, o guia até brincou que eles davam as mãos para usar o banheiro (ecaaa). Provavelmente essa era uma medida de segurança para que ninguém roubasse moedas da produção, mas mano, que falta de privacidade hein? Eu acharia uma experiência humilhante.

Depois que surgiu o assunto "banheiro", o guia também nos contou que as mocinhas urinavam no meio da rua, aqueles vestidões cobriam tudo mesmo, era só dar uma paradinha e agachar. É verdade? Não sei, mas não é de todo impossível.

Sabemos também que em diversos locais os esgotos eram a céu aberto, oras, tem lugares aqui no Brasil mesmo que ainda funciona assim. Não preciso falar o quanto isso acaba prejudicando a área da saúde, já que atrai todo tipo de mosquito, ratos e bactérias.

Vamos lembrar também das inúmeras doenças que assolavam a população, muitas vezes, trazidas pela falta de saneamento básico e uma higiene mais bem feita. Tivemos a peste bubônica, a varíola (bixiga), a cólera, a gripe espanhola...


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Para mim, só essa questão do banheiro já tira toda a elegância que os livros nos fazem achar que aquela época tinha. Uma linda mansão do lado de um esgotão bem fedido...fora que o pessoal devia feder bastante aqui no Brasil, com aqueles vestidões, e botas e casacos pesados no caso dos homens.

Costumes Arcaicos (que na época não eram...) e Machismo

Mesmo nos tempos atuais ainda lutamos contra o machismo e alguns julgamentos bem bobos da sociedade, como ser solteira é ser encalhada. Se você ainda ouve isso de alguma vizinha, imagina naquela época onde ser solteira não só te tornava alvo de julgamentos, como você praticamente ficava sem nada. Lembram da cena do remake de A Bela e a Fera, em que Gastão fala para a Bela que se ela não casar vai ficar igual àquela mendiga? Bem, podia ser maldade, mas era bem verdade. Vejam também em Downton Abbey, ou Orgulho e Preconceito, em que o casal só teve filhas mulheres e quando o pai falecesse, a casa e a fortuna ficariam para o parente homem mais próximo.

Mulher não tinha voz, não podia votar e trabalhar era mal visto. Mulheres e homens não podiam ficar juntos sozinhos num mesmo cômodo, mulheres não podiam nem estudar...socorro gente, preciso continuar escrevendo mesmo esse post? Rsrsrs

Em A Promessa da Rosa, romance de época da autora brasileira Babi A. Sette, a mocinha, que é daquelas diferentonas que não gostam das regras da sociedade da época, decide fazer arte, coisa que para nós nesse século não é nada demais, mas para o século em que ela vive, era um ultraje total. Dessa vez, a mocinha é flagrada fazendo a tal arte e as consequências que ela sofreu foram das mais feias possíveis, leiam esse livro e depois me contem se vocês realmente queriam viver por lá!

Desigualdades

Tem um filme muito legal, que deveria ter sido mais famoso, ele foi baseado em um livro, mas acho que no filme a desigualdade fica mais destacada. Tanto o filme quanto o livro se chamam Austenland (ou Austenlândia, como foi traduzido no Brasil) cuja história é basicamente o título deste post. A mocinha ama Orgulho e Preconceito e como a maioria das leitoras de Jane Austen, ela queria ter vivido naquela época. Para sorte dela, existe um "parque de diversões" em que você simplesmente pode viver a experiência de viver no século no século XIX!! Olhem que sonho. Acontece que a mocinha não tem muito dinheiro, então ela consegue pagar pelo pacote mais barato e quando chega neste parque, ela é tratada como uma mocinha pobre daquela época. A humilhação que ela sofre é tamanha e ela vê bem que só mesmo quem era da classe alta é que vivia mais ou menos bem.

Quantas famílias ricas existiam? Certamente devia ser como nos dias de hoje, onde a pobreza era bem maior. Lembre-se da próxima vez que desejar viver naquela época, de desejar viver como uma mulher de família rica!

O Romance Existia Mesmo?

É certo que os homens naquela época se vestiam de maneira elegante e eram galanteadores e mais cavalheiros que hoje em dia, porém, lembrem-se que os bordéis já existiam, traição também, filhos bastardos existiam aos montes. Sinceramente, eu não acredito que era melhor que hoje em dia não. Lembrando também que a maioria dos casamentos eram arranjados e poucos foram os casais que eram apaixonados antes de se casar.

Guerras e Escravidão

Por fim, vamos lembrar que os séculos passados foram marcados por guerras, guerras mundiais, guerras civis, escravidão. A economia estava sempre instável por conta das devastações que as guerras traziam, claro que não preciso nem falar da violência constante, o sofrimento das perdas e das feridas. Aliás, a segunda guerra mundial acabou em 1945, não é uma época tão distante assim.

Se ainda hoje vivemos tempos não tão pacíficos, imagina como era antes com tantas guerras acontecendo a cada pouco? Não se tinha sossego.

Se hoje ainda somos infelizes em muitos aspectos, imaginem como era antes. Hoje nós temos evolução na medicina, no trabalho, nos costumes, no saneamento básico, temos muito o que evoluir? Sim, mas também temos muito o que ser gratos. Quando desejamos viver naquela época, acho até um desserviço com as mulheres do nosso passado, que fizeram revoluções para termos os direitos que temos hoje!

Deixei de fora muitos detalhes, este não era bem um post técnico, um documentário, mas sim, um post para trazer um pouco de reflexão que seja. Amamos romance de época? É claro que sim, são gostosos de ler sim, mas lembrem-se que os autores, muitas vezes, deixam de fora a parte feia, para que possamos nos deleitar com o glamour e as coisas boas da vida, mas, mesmo nos livros mais bonitos, podemos ver a feiura daqueles séculos, cada vez que a mocinha está em apuros porque não consegue marido, ou o pai preocupado porque não teve filho homem...
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