sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Por que Não Emprestar Livros?



Certa vez, eu vi uma postagem de uma livraria nas redes sociais perguntando se você é uma pessoa que empresta livros. As respostas foram quase unânimes: não empresto de jeito nenhum. Eu estava prestes a concordar, pois eu mesma já emprestei livros que nunca voltaram pra mim, mas então me deparei com um comentário que me fez pensar e avaliar toda a minha posição em relação à emprestar livros. Nesse comentário, a pessoa disse que empresta sim, se não devolverem paciência, livro é um objeto cujo propósito é ser lido, se você já leu, para que ficar segurando e impedindo outras pessoas de lê-lo?

O comentário mexeu comigo. Parei para pensar e olhar ao meu redor. Na época eu estava fazendo uma faxina daquelas que você analisa se a peça deve ficar ou ser doada e me deparei com um monte de livros antigos, livros que foram da minha mãe, do meu pai e da minha irmã em suas infâncias e adolescência, livros de 1970, que estavam enfiados em um canto esquecido do guarda-roupa, pegando traça, amarelando, livros que poderiam ter sido doados e lidos por mais de uma pessoa, que poderiam ter ajudado mais alguém a fazer um trabalho de escola, a se apaixonar pela leitura, mas que estavam aqui entulhando o guarda-roupa, tomando um espaço que poderia ter sido melhor utilizado durante tantos anos. Livros que deixaram de servir seu propósito para ser algo que estava estorvando.

Eu decidi ler esses livros e depois doar para a biblioteca ou para um sebo, mas não pensava em fazer isso com os livros novos, que eu havia adquirido para mim mesma recentemente, inclusive, ficava toda hora pensando naqueles livros que eu emprestei e nunca mais os vi. Eu até montei uns nichos numa parede para colocar os livros novos, como se eles fossem enfeites, mas depois do comentário, percebi uma coisa: embora tenham livros que eu quero ler de novo, tem outros ali que eu não vou mais ler, que eu não gostei tanto assim, então porque eu vou guardar isso??

Existe um episódio de Seinfeld que eu sempre dou risada porque ele tem muita razão. George diz que deixou uns livros na casa da ex-namorada e Jerry pergunta: "mas você já os leu?" e George responde que sim. Jerry então pergunta o porquê de George os querer de volta e ele responde "porque são livros". Jerry então diz que não entende essa obssessão que as pessoas tem por livros, se você já leu, pronto, ler Moby Dick pela segunda vez não faz com que Abraham e a baleia se tornem melhores amigos. E não é verdade?


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Eu já li o mesmo livro mais de uma vez, mas com que frequência? Duas vez em uns dois anos? Enquanto isso o livro ficou lá parado na estante, e eu tive que ficar tendo trabalho de tirar pó e limpar. Depois que eu conheci as trocas no Skoob, foi quando eu pensei que talvez seja melhor ler, trocar o livro com alguém e ler algo novo, tem tantos livros na minha lista de leitura que vai demorar pra eu ler de novo um livro já lido. Pensei então em fazer o seguinte: um livro que amei eu dôo para a biblioteca e sempre que eu tiver vontade de lê-lo novamente, eu empresto da biblioteca, assim, enquanto eu estiver lendo outras coisas, mais pessoas terão a chance se apaixonar por aquela leitura. Para quê ser egoísta e ficar deixando o livro pegando pó na estante?

Uma coisa que eu concordo sobre emprestar o livro e a pessoa não devolver ou devolver estragado é a raiva da cara de pau dessa pessoa. Poxa, você pega algo que não é seu e deixa estragar? Ou então rouba o livro? Isso é falta de caráter, falta de vergonha na cara. Ganhar dinheiro não é fácil, ficamos presos no trabalho o dia todo e usamos aquele dinheiro suado para comprar algo que nos diverte, que nós temos carinho e aí vem alguém e te sacaneia? Realmente é irritante. A verdade é que eu não fico irritada por não ter tido aqueles meus dois livros de volta, eu fico irritada com a folga da pessoa que pegou, sabendo que eram dois livros que eu gostava muito, e a pessoa simplesmente finge que não é com ela? Sinto que é meio que me fazer de trouxa e é isso que dá raiva, mas ficar segurando o livro e o impedindo de cumprir seu propósito também não é legal, o melhor é saber para quem emprestar, ou simplesmente praticar a troca.

Eu estou adorando trocar livros no Skoob. Fiquei muito orgulhosa de mim mesma porque eu troquei até livro que eu amei! Eu pensei bem e achei que valia mais a pena trocar aquele livro por um novo, assim eu leria um livro que eu estava com muita vontade de ler e a outra pessoa teria a chance de gostar daquela leitura também e nós poderíamos falar sobre ela. Quanto tempo iria levar para eu lê-lo novamente? Por exemplo, eu amei Edenbrooke, é um dos meus livros favoritos de todos os tempos e eu guardei porque com certeza o lerei novamente, mas, eu o li em janeiro de 2019 e até agora não deu para ler novamente, primeiro porque eu tenho um monte de livros novos na lista e segundo porque a leitura ainda está fresca na minha cabeça, nesse meio tempo, quantas pessoas poderiam tê-lo lido? Trocar o livro também é bom pra economizar, você paga pouquinho pelo frete para enviar para a pessoa, menos de dez reais, e recebe outro em troca, quando você iria pagar uns trinta, quarenta reais para comprar aquele livro na livraria. Resumindo, trocar livros é tudo de bom: você economiza, pratica o desapego e ainda ajuda a disseminar a leitura! Se você quiser saber mais sobre as trocas no Skoob, dá uma olhadinha nesse post: Trocas no Skoob: Como funciona? Vale a pena?.

Concluindo, eu passei a acreditar que livro não é enfeite para ser exibido numa estante como troféu, e sim para ser lido. Se não nos sentimos confortáveis em emprestar, porque não trocar com alguém? Assim pelo menos não saímos no prejuízo! Ou então, porque não pedir de volta se você vê que a pessoa está demorando demais para devolver?

E você, empresta seus livros numa boa? Deixe nos comentários a sua opinião!


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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Coração de Vidro: Resenha do Livro de José Mauro de Vasconcelos

Coração de Vidro, José Mauro de Vasconcelos


Coração de Vidro é um livro do mesmo autor de O Meu Pé de Laranja Lima. Neste livro, temos quatro contos mais ou menos interligados que são muito tristes, mas passam uma mensagem muito importante para nós como seres humanos.

Na verdade, dá para tirar várias lições desses contos. Se você levar pelo lado literal, os contos nos mostram o quanto devemos tratar melhor os animais. O primeiro conto nos mostra um pássaro que era livre e foi capturado pelos humanos para viver numa gaiola, o que o deixou muito deprimido. O segundo é sobre um peixe e a solidão que ele sente sozinho num aquário. O terceiro é sobre um potrinho que foi criado para ser um cavalo de corrida, mas não pode cumprir o objetivo do seu dono e foi "jogado" e o quarto conto é sobre uma árvore que assistiu o declínio de um garoto e da fazenda onde todos esses personagens moraram na infância.

Como eu sou extremamente sensível com os animais, a princípio eu pensei "tá vendo, não devemos prender os animais em gaiolas, aquários ou estábulos", mas ao ler o último conto percebi mais duas mensagens: o homem estraga tudo e a nossa inocência se esvai quando crescemos e a vida começa a exigir da gente.


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Os contos são muito tristes, mas no meio dessa tristeza temos essa lição importante. Precisamos aprender a preservar mais o nosso meio-ambiente e também a nossa inocência, para não nos tornarmos apenas embalagens vazias, movidas apenas pela ganância e o que pensamos ser o que é a vida de adulto.

Esse livro estava guardado aqui em casa há muito tempo. A minha irmã precisou lê-lo para um trabalho da escola, quando ela era bem novinha, lá nos anos 80. Ficou guardado para o caso de eu precisar também, mas na minha época, já nos anos 90, os trabalhos foram feitos em cima de outros livros. Lendo agora, com trinta anos de idade, eu entendi todas essas mensagens ocultas e achei a escrita do livro, embora um tanto mais simples, não tão simples para uma criança da idade que a minha irmã tinha quando precisou ler. Os contos são muito trágicos e tristes, não é algo divertido para uma criança. Fiquei me perguntando se esse tipo de livro desencorajava as crianças de gostar de leitura.

Eu sempre gostei de ler, porque eu sempre tive acesso à histórias que eu gostava, mas eu sempre percebi que ler não era uma atividade querida pelos meus colegas de escola. Nós tínhamos uma aula de leitura e, nesse dia, a classe ia na biblioteca da escola, cada aluno escolhia um livro e nós ficávamos lendo na sala de aula ou no pátio. Quase ninguém gostava desse dia, e isso porque nós podíamos escolher os livros, mas quando éramos obrigados a ler um livro desses de vestibular, nossa, era a atividade mais odiada pela sala.

Já comentei no post sobre A Importância dos Livros Infanto Juvenis e Young Adults, que eu acho que se nós lêssemos esses clássicos da literatura um pouco mais velhos, provavelmente apreciaríamos mais a leitura. Coração de Vidro foi outro livro que me fez pensar nesse histórico da leitura ser considerada uma atividade chata. Quantas vezes eu não vi campanhas de incentivo à leitura, pessoas que falam que ler é "coisa de velho", mas cada vez mais eu entendo de onde isso vem. Que criança vai achar divertido ler um livro de tristezas e não tão fácil de ler para sua idade? Talvez acabe passando a imagem de que todos os livros são assim, ainda mais nessa época, que a minha irmã precisou ler Pollyana e Meu Pé de Laranja Lima, um seguido do outro?

É claro que esse livro ensina as crianças a não maltratem os animais, pelo menos vejo esse lado positivo, mas ainda penso que ele deveria ter sido estudado numa série mais avançada. Não me leve a mal, como adulta, enxergo a beleza do livro, mas não deixo de pensar que ele deixou uma má impressão sobre livros nas crianças da idade da minha irmã.


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Além de me fazer pensar nesse assunto, tem algumas coisas que achei pesadas. Hoje eu acho que esse livro precisa de uma mudança na sua escrita, diante do movimento do #blacklivesmatter, simplesmente não dá para deixar esse livro circular sem um aviso, foram três frases, mas elas me chocaram, mesmo lembrando da época em que ele foi escrito.

Concluindo, eu achei a história bonita, mas não indico para uma criança muito nova, a escrita não é tão fácil assim e não é divertido, se você quer incentivar uma criança a ler, não deve ser por esse livro que ela deve começar, acho que a história é melhor apreciada quando você tem mais entendimento da vida.


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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

A Importância dos Livros Infantojuvenis e Young Adults



Eu amava os livro da coleção vaga-lume na adolescência. Terminava a leitura de um e já começava outro, até que um dia eu já tinha lido quase todos (menos os do Xisto, que nunca me atraíram a atenção) e então eu passei a ler livros de romance policial que já não estavam mais classificados como infantojuvenil. Eu sempre lembro com muito carinho da época que eu lia esses livros, então, já com mais de vinte e cino anos, eu decidi comprar um dos meus favoritos da série quando o encontrei no sebo, mas ao começar a ler, percebi o quanto a escrita é diferente, simples, chegando a lembrar redações escolares e acabei não achando o livro tão legal como eu lembrava ter sido na primeira vez que o li.

Depois de desistir da leitura, fiquei filosofando comigo mesma sobre o assunto. Como eu tinha gostado tanto de ler quando eu tinha treze anos e agora achei o livro fraco? Um amigo comentou que leu uma entrevista de uma autora que diz que quando fala que ela escreve livros da categoria "young adult", as pessoas a olham como se perdessem um pouco o respeito por ela, mas que ela acha importante escrever para as pessoas dessa idade, para que a leitura também seja considerada algo "legal" e não só coisa de nerd. Bem, essas palavras são minhas, resumindo o que captei do resumo que meu amigo fez da entrevista (é pena que ele não guardou o link e eu também não consegui achar), mas foi quando entendi que a leitura deve acompanhar as fases do ser-humano. Lembro que quando eu tinha treze anos, eu demorava para ler um livro de 100 páginas, sendo que hoje eu leio 100 páginas em um único dia.

Os livros da coleção vaga-lume eram interessantes para mim aos treze anos e eu não achava a escrita "boba", como eu achei depois dos vinte e cinco anos, aí me pergunto: será que eu teria odiado tanto o livro Dom Casmurro, se eu tivesse lido um pouco mais tarde? Dom Casmurro foi o primeiro clássico de literatura que eu li, forçada pela professora de português, que já nos preparava para o vestibular. Eu tinha quatorze anos e ainda lia avidamente os livros da coleção vaga-lume, Pedro Bandeira e vários livros escritos para o público adolescente. Foi aos quinze anos, chegando aos dezesseis, que eu li meu primeiro romance policial e comecei a ler vários outros. Não lembro bem o que eu li depois de Dom Casmurro, mas percebi que eu passei a gostar dos livros que a escola "mandava" a classe ler depois que eu fiz essa transição dos livros infantojuvenis para os adultos. Adorei O Primo Basílio, O Crime do Padre Amaro, Memórias Póstumas de Brás Cubas e até li alguns outros mesmo sem obrigada pela escola.


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Pergunto-me, será que a esola deveria esperar um pouco mais para começar a passar essas leituras clássicas para os adolescentes? Eu já amava ler, então Dom Casmurro não me desanimou da leitura, mas e quando o adolescente não tem tanto contato com a leitura, um livro já adulto, com português fora de moda, cheio de metáforas, descrições de detalhes e enfim, tudo que torna a leitura um pouco mais difícil para alguém que não é seu público-alvo, não poderia simplesmente fazer o adolescente presumir que todos os livros são chatos e difíceis?

Ler não é só um hobbie, um passatempo, ou uma ferramenta para melhorar seu conhecimento do idioma ou pra passar no vestibular. É algo que nos engrandece, que nos torna seres mais pensantes, que nos liberta do nosso pequeno mundinho pessoal e nos mostra que existe algo mais além, nos dá esperanças, fora o fato de trabalhar nosso cérebro e prevenir doenças mais pra frente. Ler é tudo de bom e é muito importante despertar o interesse pela leitura nas pessoas. Por isso eu admiro os autores que escrevem livros para os jovens, mostrar que livro não é só coisa de CDF, que ler é tão legal quanto ir na balada, então, para você, autora de young adults que sente que as pessoas não te respeitam tanto, quem quer que você seja, saiba que o seu trabalho é muito importante!!
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