quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Quando um autor segue uma fórmula em seus livros, qual o impacto em seus leitores?


Quando eu gosto de um livro, já corro buscar outras obras do autor/a, acreditando que tudo que ele/a escreve deve ser bom. Nem sempre isso é verdade, como aconteceu com o Josh Malerman: Caixa de Pássaras foi um dos melhores livros que já li, por isso, ansiei por ler Piano Vermelho, que acabou sendo um dos livros mais chatos da minha lista de leitura.

Agora, quando você acaba gostando do segundo, do terceiro, do quarto livro, passa a ler todos os lançamentos do autor/a e começa a notar um padrão nas histórias, como você se sente?

As heroínas, embora sejam personagens diferentes em cada livro, são sempre uma moça órfã, que se sente solitária e não quer se abrir para o amor por medo de se machucar, então se dedica muito ao trabalho até encontrar um rapaz perfeito que insiste em se aproximar e só depois de uma série de mal entendidos é que eles ficam juntos no final. Depois de ler dois livros assim, no terceiro você não começa a pensar: "nossa, mas de novo?"? Por mais que o autor escreva bem e o livro te dê uma boa experiência de leitura, será que você vai querer ler o próximo?

Esses dias eu peguei para ler um livro de uma autora que eu ainda não conhecia. Não sabia qual era a ordem cronológica do lançamento, mas de todos os livros dela, a capa desse me chamou muito a atenção e comecei por ele. Na história, um cachorro rouba as roupas da personagem, que o persegue para tentar recuperá-las e acaba desencadeando uma série de acontecimentos que levam à uma desgraça para a mocinha. Parece bobo agora, mas para a história foi bem pertinente. Eu adorei o livro, se tornou um dos meus favoritos desse ano, então, quando a autora lançou um novo livro, não pensei duas vezes em lê-lo.



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Em uma parte do livro, um cachorro faz a personagem segui-la e é assim que algo importante acontece para a história. Eu logo pensei "sério? Sério mesmo que de novo um cachorro é o responsável por fazer algo importante acontecer na história?", o livro é bom, a narrativa é boa, mas tive um sentimento bem negativo ao ver algo tão idêntico em dois livros que li da mesma autora e me fez querer dar uma pausa na leitura de suas obras.

O primeiro livro que li da Lucinda Riley foi "A Casa das Orquídeas". O livro é bem longo, mas tão bem estruturado que não foi enjoativo. Me lembro de perceber que eu já estava na página 100 e nada ainda tinha acontecido, mas estava sendo uma leitura gostosa. Neste livro, acompanhamos a história de uma família no presente, e logo vemos a história de seus antepassados em um cenário exótico. Foi uma leitura tão maravilhosa para mim, que eu logo quis ler outro livro da autora e escolhi "A Luz Através da Janela" que fechei e abandonei no terceiro capítulo, pois era uma cópia exata do livro anterior. Não sei qual foi lançado primeiro na verdade, mas eram livros tão idênticos que eu me senti irritada e nunca mais quis ler nada dela.

Chega a ser irônico que algo que tornou bom um primeiro livro que eu li de um autor, seja o que torna os próximos uma experiência de leitura desagradável e me faça deixar de ler outras obras dele. Por isso me pergunto, será que é mesmo uma boa ideia para um autor seguir uma fórmula em suas histórias?

Se em um romance essas fórmulas começam a deixar os livros meio enjoativos, a coisa fica pior para livros de suspense. O legal de ler um thriller é a tensão, a curiosidade, a expectativa, mas quando um autor começa a escrever com fórmulas, começamos a já descobrir no início da leitura quem é o culpado, tirando a graça do livro.

B.A Paris foi uma autora que não seguiu a fórmula de sucesso de seu primeiro livro. Em "Entre Quatro Paredes" ela conta a história de Grace, alternando entre o presente e o passado. No presente, sabemos que Grace é prisioneira de seu marido psicopata e ficamos na expectativa de quando e como ela vai conseguir sair dessa. No passado, descobrimos como ela acabou nessa situação. Foi um grande sucesso e se tornou um dos meus livros favoritos de todos os tempos, então é claro que eu quis ler seu próximo livro: "À Beira da Loucura".

Desta vez, temos capítulos só no presente e quando sabemos algo do passado é através de alguma lembrança da personagem. Não sabemos o que está acontecendo ou quem é o responsável pelos acontecimentos estranhos. Vamos descobrindo tudo junto com a personagem. O estilo da narrativa foi bem diferente do primeiro, e, embora o primeiro livro tenha me prendido mais rápido, "À Beira da Loucura" foi um livro muito bom e eu admiro mais a autora por ter se desprendido totalmente de seu primeiro livro para escrever este segundo.

Cheguei à conclusão de que talvez seja melhor não ler livros do mesmo autor de maneira seguida, assim fica mais fácil curtir a leitura sem ficar comparando os detalhes com os outros livros.

E você, já enjoou de um autor por conta de seus livros serem muito parecidos? Me conta aí nos comentários!



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